Brincar é a linguagem da Infância. É por meio das brincadeiras que a criança expressa sentimentos, elabora pensamentos, exercita a imaginação, aprende a conviver e descobre o mundo à sua volta. Na Educação Infantil, o brincar deve ocupar um lugar central, pois é neste espaço lúdico que os pequenos constroem conhecimentos, desenvolvem habilidades e se reconhecem como sujeitos ativos no processo de aprendizagem.
O brincar é essencial no desenvolvimento da criança. Por meio das interações e criações espontâneas, ela desenvolve habilidades em diferentes áreas. Ao brincar de faz de conta, por exemplo, ela retrata contextos do seu cotidiano, amplia a linguagem, resolve conflitos, partilha, expressa ideias, exercita o pensamento flexível e desenvolve empatia. Brincando em grupo, aprende a negociar, a esperar sua vez e a respeitar o outro. São aprendizagens que acontecem de forma leve, significativa e prazerosa.
Contudo, em um mundo cada vez mais conectado, onde a tecnologia avança de forma acelerada e a informação circula em tempo real, é preciso refletir sobre o espaço e o tempo que destinamos ao brincar na Infância.
No livro “O Desaparecimento da Infância”, o autor Neil Postman alerta para a perda da inocência infantil diante de uma sociedade marcada pelo imediatismo, pelo excesso de estímulos e pela exposição precoce a conteúdos que não são adequados para crianças. Para ele, a Infância está ameaçada, pois a forma como nos comunicamos e interagimos mudou, afetando diretamente a vivência e a singularidade dessa etapa do desenvolvimento.
O uso excessivo de telas é exemplo disso e vem causando sérios danos no desenvolvimento infantil. A tela cala, deixa a criança quieta, sentada, sem a necessidade de envolvimento, de estar junto, de estar presente. O que a criança assiste, precisa ser supervisionado. O acesso e excesso à informação, trazem a necessidade da intermediação do adulto frente ao que está sendo assistido pela criança.
A Infância é uma etapa, uma construção que depende de cuidados, limites e contextos que favoreçam o seu crescimento saudável. Ao anteciparmos e acelerarmos processos, corremos o risco de empobrecer experiências fundamentais que só podem ser vividas plenamente na Infância, como o brincar livre, a fantasia e o tempo desacelerado.
Preservar o valor da Infância, é garantir que a criança tenha direito de ser criança, é defender o brincar como ferramenta de aprendizagem, expressão e comunicação. Em meio a telas e conexões instantâneas, é urgente oferecer à criança espaços reais de convívio, de imaginação e de afeto. Mais do que preparar para o futuro, a Educação Infantil deve proteger o presente da criança, um presente que brinca, que inventa, que encanta. Postman (1999, p.155) diz: “Quando desaparece a infância, desaparecem também as escolas.”
A Pingo de Gente tem como filosofia as interações e as práticas educativas intencionalmente voltadas para as experiências cotidianas e os processos de aprendizagem no espaço coletivo, compreendendo a criança como sujeito de direitos e desejos, que brinca, aprende, observa, experimenta, questiona, e constrói sentidos sobre si e o mundo.
A PINGO ESTARÁ SEMPRE EXERCENDO SEU PAPEL DE GARANTIR UMA INFÂNCIA FELIZ, ASSISTIDA, OUVIDA E RESPEITADA.
Diretora e Professora Fernanda

